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Um amigo do engenheiro de Jundiaí (SP) Luís Felipe Alves, que trabalhava em Brumadinho (MG) no dia do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, falou sobre a saudade que ficou após a tragédia, que marcou o dia 25 de janeiro de 2019.
Luís Felipe foi identificado por meio da arcada dentária na terça-feira (3), mais de três anos após o acidente. A ossada dele foi encontrada na segunda-feira (2).
Ao g1, o amigo do engenheiro contou que, para os mais próximos, o primeiro ano após a tragédia foi o mais difícil. O rapaz tinha contato com Luís Felipe através da torcida do Paulista Futebol Clube, o time de Jundiaí.
“A gente sente bastante falta, porque é aquele ditado: quando é só mais um, a gente troca a peça, mas, quando é uma pessoa especial, comprometida, que se importava assim tanto na amizade, na lealdade, no coração, quanto na torcida, o negócio fica diferente”, relatou.
“A gente tinha contato quase todos os dias no grupo da torcida, tanto que, no dia que aconteceu a tragédia, ele mandou um ‘bom dia’ para a gente. Acho que foi a última palavra que ele tentou trocar”.
Mesmo que tardia, o amigo vê a identificação do corpo como um alívio para que o nome de Luís Felipe fique ainda mais fortalecido através de boas atitudes.
“Se depender dos amigos dele, a lealdade será eterna. A gente nunca vai deixar apagar isso daí não. Sempre vai ser revertido em coisas boas, em ações sociais, porque esse sempre foi o foco da vida dele. Por onde ele ia, passava muita coisa para muita gente”, conclui.
Buscas por vítimas de rompimento da barragem da Vale em Brumadinho — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
A ossada de Luís Felipe foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros na segunda-feira. Em seguida, na terça-feira, a polícia confirmou que a 265ª vítima da tragédia identificada tratava-se do engenheiro de produção, que tinha 30 anos na época.
Luís Felipe era funcionário da Vale. Nasceu em Jundiaí e se formou em engenharia de produção no Espírito Santo. A identificação dele ocorreu por meio de arcada dentária.
O rapaz trabalhava em Brumadinho, no setor administrativo da empresa, havia menos de três meses quando a barragem rompeu.
Entre os amigos mais próximos, Luís Felipe tinha o apelido carinhoso de “Pivet”. Ele era apaixonado pelo Paulista e, nas redes sociais, não escondia o amor pela bola.
Com a identificação de Luís Felipe, ainda há cinco pessoas desaparecidas, de um total de 270 mortos na tragédia de 25 de janeiro de 2019. Elas são chamadas de “joias” pelos parentes e amigos, que seguem à espera de um enterro.